Archive for: março, 2018

Sobre uvas passas, alcance orgânico e engajamento

Como a Bauducco driblou o algoritmo “perverso” do Facebook e encaixou um post com centenas de milhares de curtidas

Uma postagem sobre uva passa chamou a atenção de muita gente no Facebook essa semana. Isso porque a Bauducco se propôs a criar uma colomba pascal com 200% de uvas passas! Rs! Houve quem adorasse e houve quem odiasse. O fato é que as pessoas amaram a ousadia da marca.

Até o dia de hoje, 15/03, o post contabilizava 142 reações, 10.545 compartilhamentos e mais de 27 mil comentários. A receita de tamanho sucesso? Conteúdo inusitado, engraçado, combinado a uma estratégia de relacionamento da marca. Sim, a marca, ao que tudo indica ainda fez uma força-tarefa para responder às dezenas de milhares de comentários com gifs, figurinhas e boas respostas. Para quem curte uma teoria, RP Digitais na veia. Para quem fala a língua do mercado, apenas, engajamento na prática.

O fato é que a Bauducco conseguiu dar um belo drible no algoritmo do Facebook à medida em que chamou a audiência para o engajamento. As pessoas marcavam outras, compartilhavam o post e a publicação viralizou. Portanto, não precisou ser patrocinada/paga, nesse caso.

Até onde vai a colomba de uva passa? Não foi muito longe…rs! A ação foi um teaser para um lançamento da marca em parceria com chocolates Snickers.

E para quem quiser aprender/dialogar/trocar comigo sobre conteúdo em mídias sociais, tenho alguns cursos a acontecer:
Gestão de conteúdos em mídias sociais – 23 e 24/04, das 14h às 18h.

Gestão de relacionamentos nas mídias sociais – 25/04, das 14h às 18h.

Relacionamento com Influenciadores – 25/04, das 18h30 às 22h30.

Mídias sociais para PMEs - 26/04, das 14h às 18h.

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A maior live do Oscar do mundo e as marcas que patrocinaram

mar 13 2018 Published by under Mídias Sociais

Um dia depois do Oscar 2018 e o influenciador digital, Felipe Neto, colecionava uma transmissão no Youtube de quase 4 milhões de visualizações. E não foi qualquer live. Foi a-Live! Uma live de quase 6 horas, madrugada adentro, falando sobre os filmes, diretores, atores, atrizes e outras premiações do Oscar 2018.

Felipe e sua equipe, devidamente paramentados em um estúdio montado e patrocinado por duas marcas – Bib’s (Neugebauer) e um curso de inglês (que eu não consegui identificar!) – falou sobre os filmes, fez quizzes, brincou com a audiência, respondeu perguntas, interagiu e, por fim, ganhou ele próprio o oscar da internet! O oscar de maior transmissão de todos os tempos.

Segundo dados da Veja Rio, os números astronômicos de Felipe Neto ultrapassaram os canais do jornal Washington Post, da revista People, da TNT – que fechou parceria com o canal Pipocando – do portal Omelete e da própria live do Oscar, quando apresentou os indicados do ano, de acordo com dados do site da Revista Veja Rio (2018). O portal da Veja ainda chamou a transmissão de Felipe Neto de “maior live do Oscar do mundo”.

Mas, e as marcas que patrocinaram a tal live?

Sabem como chocolate Bib’s aproveitou? Fazendo três míseros posts que, juntos, não somaram mil curtidas: post 1, post 2, post 3.

Por que não pediram ao Felipe Neto que gravasse um vídeo exclusivo para o canal da marca? Por que não pediram que na descrição do canal do Felipe ele fizesse menção às marcas patrocinadoras? Por que não pensaram em ações mais longevas para a marca pós Oscar? Penso que o patrocínio deva ter custado bem caro para quem o fez. Minha dúvida é: será que reverteu em vendas para as marcas?

Faltou, claramente, um letramento midiático (isso é Jenkins, 2008, p. 48!) para as marcas que patrocinaram o canal. Elas não souberam aproveitar, em minha opinião, a grande visibilidade do influenciador digital. Quem ganhou todos os holofotes da maior transmissão do Youtube de todos os tempos? Foram as marcas? Não, foi o influenciador. Única e exclusivamente, ELE.

Vale a pena usar uma estratégia de uso de influenciadores? Claro que vale, desde que a marca saiba aproveitar a figura do creator tão bem quanto o dinheiro que ele vai embolsar.

Para quem quiser discutir mais sobre o assunto, vou dar dois cursos sobre como gerir relacionamentos com influenciadores:
-Abracom, 29/3, 14h às 18h.

-Cásper Líbero, 25/4, das 18h30 às 22h30.

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Quando você tem que explicar uma campanha…

mar 09 2018 Published by under Comunicação

Porque a ação do dia das mulheres do McDonald’s não saiu como eles queriam e porque você tem que ler esse post até o final

Todas vivenciamos ontem o dia internacional da Mulher e com ele uma enxurrada de mensagens, textos e comoções. E as marcas não passaram incólumes.

Eis que uma ação da marca McDonald’s foi alvo de críticas nas mídias sociais e acabou por ser bastante mal interpretada pelas pessoas. No intuito de celebrar a força feminina, 20 restaurantes foram selecionados para trabalharem apenas com mulheres. Os homens foram realocados para outras lanchonetes. Um banner foi colocado nos restaurantes em questão.

O que aconteceu na sequência foi uma chuva de críticas das pessoas em suas redes sociais se perguntando se os homens haviam sido dispensados logo no dia das mulheres, se as mulheres não deveriam ter sido poupadas, já que era seu dia…e por aí, vai…

A empresa respondeu afirmando muito concisamente que:

“Esclarecemos que não houve folga para os rapazes que trabalham nesses restaurantes. Todos trabalharam normalmente conforme suas escalas. Houve apenas uma troca de locais de trabalho entre eles, para que esses 20 restaurantes pudessem reunir apenas mulheres na operação. Lamentamos que alguns clientes tenham concluído a mensagem de maneira equivocada”.

Houve um exagero nas reações das pessoas nas mídias sociais? Talvez. Na minha opinião, a empresa devesse ter dado mais informações sobre o quão empregadora ela é. E essas informações eu obtive da real campanha do dia das mulheres da empresa:

-  53% dos funcionários são mulheres;

- 60% dos gerentes de restaurante são mulheres.

Essa mensagem, por si só, já não valoriza a mulher? Quantas empresas têm esses números em seus quadros? Mais mulheres do que homens? Mais mulheres em função de gestão do que homens? Será que esse dado não poderia constar do posicionamento oficial acima?

E mais: a campanha em homenagem ao dia das Mulheres da marca foi outra! Foi a promoção de uma funcionária em um vídeo (para mim, pelo menos) emocionante:


A grande maioria das pessoas que está apontando o dedo para a ação dos restaurantes não faz ideia dos números, não faz ideia da outra campanha e nem vai buscar mais dados.

Então, o que faltou? Responder às agressões verbais e às más interpretações com dados e não com desculpas de falta de interpretação.

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