Mesmo com a crise econômica que teve início no segundo semestre do ano passado, a confiança dos brasileiros nas empresas cresceu (2009: 67%; 2008: 61%) e ocupou o primeiro lugar entre as instituições, seguida por ONGs (62%), mídia (60%) e Governo (43%), de acordo com o décimo Estudo de Confiança da Edelman (Edelman Annual Trust Barometer).
O Brasil é o terceiro país com o maior índice de credibilidade nas corporações, atrás apenas da Índia e do México (71%). A pesquisa foi realizada após a eleição de Barack Obama, entre novembro e dezembro de 2008, em 20 países*, nos cinco continentes, com 4.475 líderes de opinião, entre 25 e 64 anos.
Ainda que atrás de outras instituições, a credibilidade depositada pelos brasileiros em seu Governo (43%) dobrou em relação ao estudo de 2008 (22%), e é maior do que em países desenvolvidos, como Estados Unidos (30%) e França (34%).
A seguir estão mais alguns resultados da pesquisa:
Os brasileiros acreditam que o Governo é um dos principais responsáveis por solucionar questões globais, como acesso à saúde (55%), crise financeira e de crédito (49%), custos com energia (35%) e aquecimento global (23%).
Mas as empresas também têm papel fundamental na solução destas questões: o Brasil (81%), assim como Indonésia (82%) e México (86%), acredita que as corporações têm de criar parcerias com Governos e grupos de interesse para resolver os assuntos globais. Apenas o Japão aposta que as empresas devem atuar nessas questões,
independente de parceria com outras instituições.
O Brasil (72%) – assim como a maioria dos outros países entrevistados, à exceção da Coréia do Sul (35%) – acredita que o governo deve intervir na atividade dos bancos e do setor financeiro, impondo regulamentações e limites à área.
Nas verticais de indústria, o Brasil continua apostando no setor de tecnologia (80%), seguido pelo automotivo (78%) e biotecnologia e energia (73%). O setor bancário, que em 2008 possuía o menor índice de credibilidade para os brasileiros, este ano teve um aumento significativo (2009: 58%; 2008: 52%).
Para acreditar em uma notícia específica sobre uma empresa, os brasileiros precisam ouvi-la duas (31%) ou três
(30%) vezes; A maioria dos entrevistados no mundo, de três (35%) a quatro/cinco (25%) vezes. O que mais influencia a reputação de uma empresa para os brasileiros é o quão bem ela trata seus funcionários
(98%), a qualidade dos produtos e serviços (97%) e a capacidade de criar e manter empregos, assim como o compromisso com a proteção do meio ambiente (96%). Juntamente com o Brasil, Canadá e boa parte dos países europeus, como Reino Unido, Alemanha, França, Suécia, destacaram o tratamento aos funcionários como prioridade.
Quando os brasileiros acreditam em uma empresa eles continuam comprando seus produtos e serviços (88%) e recomendando para outras pessoas (82%) – conduta observada na pesquisa do ano passado. Mas quando não acreditam: não compram os produtos e serviços (76%) e falam mal para outras pessoas (67%), confirmando o comportamento exigente dos brasileiros.
Uma entrevista ou um discurso ao vivo (57%), concedido por um executivo sênior, são as fontes mais confiáveis de informação para os brasileiros, seguidos pela opinião de analistas (50%), conversa com amigos e pares (45%) e artigos em jornais (44%).
A credibilidade em quase todos os porta-vozes diminuiu no mundo; acadêmicos e especialistas da indústria são os mais confiáveis (62%); No Brasil, “pessoas como eu” (67%) continuam liderando esse ranking, seguidas por acadêmicos e especialistas da indústria (59%) e analistas financeiros ou de mercado (45%).
Para ver o estudo completo, acesse: http://www.edelman.com/trust/2009/.
Olá, Carolina. Obrigado por mencionar o Estudo de Confiança. O sentimento de que o governo deve intervir para regular um setor específico ou nacionalizar companhias para recuperar a confiança do mercado é uma demanda mundial, chegando a 75% dos pesquisados. É curioso ver que para 49% dos brasileiros pesquisados o governo e agências reguladoras são as principais responsáveis na resolução da crise de crédito, ao passo que 14% atribuíram aos negócios. Nos EUA a percepção é bem diferente, já que governo/agências empatam nesta categoria com negócios com 34%. Até mais!
Olá, Ronald! Fico muito feliz e honrada com o seu comentário. Realmente, as fontes de confiança dos países diferem devido às questões culturais e às experiências de cada um.No entanto, estes estudos da Edelman nos ajudam muito a entender a opinião pública, não só nacional, como também mundial. Abraços, Carol Terra