Fica instituído o dia dois de dezembro como o “Dia Nacional das Relações Públicas”

nov 27 2007 Published by under Comunicação

Reproduzo o texto do professor Fábio França, a quem admiro e confio, sobre o dia 02/12. Vale a reflexão.

Fica instituído o dia dois de dezembro como o “Dia Nacional das Relações Públicas”
Assim reza o Artigo 1º da Lei nº 7.197, de 14 de junho de 1984. E o Artigo 2º explicita o sentido da lei: “Na data estabelecida no artigo anterior, as associações e entidades ligadas à atividade de relações públicas farão, em todo o País, promoções que de qualquer modo assinalem e festejem o transcurso da efeméride”.

Interessante observar que a iniciativa de se criar esse dia aconteceu no limiar da redemocratização do País, o que prova a perspicácia e a preocupação dos dirigentes da categoria daquela época em revitalizar e legitimar a atividade, que foi, praticamente, sufocada durante 20 anos pelo regime militar.

Faz, portanto, 23 anos que houve a preocupação em criar o Dia Nacional de Relações Públicas, para que a comemoração desta data viesse fortalecer a atividade, valorizá-la e dar-lhe a necessária visibilidade pública por meio de promoções oficiais que deveriam ser desenvolvidas pelas entidades a ela ligadas. Intensificar, ainda, a união dos profissionais em torno de um objetivo comum – afirmar com ações positivas a importância e o papel das relações públicas na construção de uma nova sociedade democrática.

O aceno ao retorno gradual, mas efetivo, do regime democrático deu novo ânimo às relações públicas, tanto pela expansão da atividade no meio acadêmico, como pela criação de consultorias e agências, que passaram a oferecer livremente às organizações os seus serviços.

Desde esta época, as entidades da categoria e seus associados passaram a celebrar o dia dois de dezembro com orgulho e entusiasmo por meio de encontros, semanas, seminários e outros eventos. A preocupação era somar forças, unir e não dispersar. Aproveitar a data para promover as relações públicas nas organizações, nas universidades e na sociedade como importante contribuição, pela união e pelo trabalho de seus profissionais, para a consolidação democrática. Esse espírito de união corporativa é o que deveria ter persistido até o presente para dar credibilidade e legitimidade ao exercício pleno da atividade.

Todo esforço para dar respeitabilidade às relações públicas é válido, porém, estranha-se que as boas iniciativas do passado sejam ignoradas, inclusive o dispositivo legal, para se criar outra data nacional da atividade. Isso demonstra pouco apreço por essas realizações, desconhecimento da história das relações públicas. A vã retórica, freqüente em certas manifestações da categoria, só contribui para aumentar a desconfiança da opinião pública nos seus verdadeiros propósitos.

Para nós, o Dia Nacional das Relações Públicas é o dia dois de dezembro, conforme diz a lei. Mas, a plena valorização da atividade só se tornará real no dia que seus praticantes agirem unidos pelos mesmos objetivos, em torno de uma mesma causa, e entenderem qual é o seu verdadeiro alcance, global e estratégico.
Professor Dr. Fábio França”.

Fonte: Canal RP nº 128 – http://www.metodista.br/agenciarp/canalrp/indexcanal.htm

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  • Rodrigo Cogo disse:

    Acho que o texto pode conter, entre vários outros pontos que poderiam ser recortados, dois itens fundamentais:
    1) a desunião da categoria, o que é danoso pra consolidação do setor, de sua potencialidade e de sua empregabilidade – contudo, compreensível numa dinâmica democrática em que pontos-de-vista são antagônicos, quase excludentes, como por exemplo a corrente que deseja a desregulamentação e abertura, e outra que deseja total fechamento de mercado segundo legislações. Dificilmente estas correntes andarão completamente juntas, e acho que por vezes divergências ajudam a refletir melhor sobre tudo;
    2) a instituição de uma outra data nacional da atividade – ato que, segundo França e eu concordo, distoa dos preceitos históricos e legais da profissão de RP, desarticula e tira a força para outros momentos que poderiam ser relevantes se bem planejados e divulgados conjuntamente. Pior ainda quando houve manifestações variadas e incisivas para a não continuidade de “segundas comemorações”, porque estas estavam mais parecendo “segundas intenções” de seus promotores.
    É o que posso comentar neste instante da leitura do teu post, num texto cujas discussões já estão circulando pelas listas online.

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