E se ao invés de influenciadores digitais, sua marca não se tornasse, ela própria, uma digital influencer?

Essa é a proposta do meu pós-doutorado: encontrar recursos, atitudes e possibilidades para que as marcas sejam influenciadoras no ambiente digital, tal e qual, os influenciadores digitais, mas sem precisar, necessariamente, deles em sua estratégia de presença, engajamento e visibilidade.

Episódios recentes envolvendo falas e atitudes de influenciadores digitais fizeram com que o mercado de marketing de influência se visse abalado.

Um dos influenciadores digitais com maior número de seguidores do cenário digital brasileiro, Júlio Cocielo, viu sua reputação abalada ao fazer uma “brincadeira” com o jogador de futebol francês, Mbappé, ao relacionar a sua velocidade em campo à capacidade de realizar um arrastão nas praias nacionais. Foi imediatamente questionado e criticado pelas audiências das redes sociais e teve seu caso amplamente noticiado pela imprensa. Após o ato, perdeu parcerias com marcas.

Extrato da notícia da publicação Meio & Mensagem com os posicionamentos das marcas rompendo parceria com o influenciador.

Outro caso que chamou a atenção foi do ator e também celebridade digital, Bruno Gagliasso. Após se pronunciar sobre o caso de Cocielo, os internautas vasculharam postagens antigas do ator e encontraram comentários homofóbicos e misóginos e os trouxeram à tona. Gagliasso perdeu parcerias com marcas e uma futura campanha na Prefeitura do Rio de Janeiro em combate à homofobia.


Figura n.X – Extrato da notícia[3] sobre o cancelamento da campanha com Gagliasso com a temática LGBTFobia, da Prefeitura do Rio de Janeiro.

A seguir, o posicionamento do ator em relação ao ocorrido.


Figura n.X – Tweet[4] de desculpas do ator sobre postagens antigas.

Outro influenciador que se viu em meio a uma confusão online foi Whindersson Nunes[5] que, ao participar do programa televisivo Caldeirão do Huck, fez uma simulação de que estaria usando libras, quando na verdade, estava brincando com a situação. Criou mal estar junto à comunidade de surdos e também junto à imprensa e usuários de mídias sociais. Teve que se explicar e pedir desculpas.


Figura n.x – Caso Whindersson Nunes e a “brincadeira” com a linguagem de libras.

Ou seja, quando uma marca se une à figura de um influenciador digital, corre o risco de ser associada ao que as pessoas, usuários, consumidores, imprensa e afins pensam sobre a parceria. E, mais, atualmente os usuários fazem questão de chamar às marcas à ação em relação a atitudes polêmicas dos influenciadores digitais. Vejam o exemplo de uma usuária que tagueia as marcas que usavam Gagliasso como garoto propaganda.

Vemos, aí, uma oportunidade das marcas se posicionarem, elas próprias como influenciadoras e não dependerem de tais figuras para atingirem suas audiências.

[1] Disponível em: https://twitter.com/buzzfeedbrasil/status/1013460225620357120?s=11. Acesso em 10/07/2018.

[6] Disponível em: https://twitter.com/Chris_Delgado/status/1014885062775640065. Acesso em 10/07/2018.

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